Carnaval 2019

E a doce folia voltou

Bandas e blocos burlescos abriram a primeira noite de carnaval, que ocorre pela última vez na região portuária de Pelotas

Jô Folha -

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 (Fotos: Jô Folha - DP)

Por Júlia Müller e Marina Amaral
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A chuva não atrapalhou o primeiro dia de folia de 2019. Este ano o carnaval fora de época de Pelotas chega com um diferencial: a Associação das Entidades Carnavalescas de Pelotas (Assecap) firmou parceria com a empresa privada Bah Entretenimento. Outra novidade são os shows que ocorrem entre os desfiles - a atração principal da primeira noite foi o cantor Rodriguinho, ex-vocalista do grupo Os Travessos. Assim como ocorre desde 2017, a prefeitura é uma das apoiadoras do evento, passando a liderança para quem "mais sabe sobre carnaval", como afirma a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB).

A expectativa é das melhores. A mudança que vem acontecendo há algum tempo é necessária, principalmente depois da crise enfrentada pelo carnaval de Pelotas. Agora, ainda de acordo com a prefeita, a festa popular vai encontrar seus próprios caminhos. "Vai se reencontrar com ele mesmo", completou. O carnaval é uma importante forma de manifestação dentro da cidade e isso pode ser percebido pela participação do povo, que ano após ano comemora a data.

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(Foto: Jô Folha - DP)

Para a Secretaria de Cultura (Secult), a parceria tem como potencial a retomada do crescimento do carnaval na cidade. "Estamos muito otimistas", afirma o secretário Giorgio Ronna. Outro ponto importante para a visibilidade dos espetáculos na Cidade do Samba é a retomada das entidades que compõem o grupo especial. As escolas Academia do Samba, General Telles e Unidos do Fragata foram porta de entrada para a competição supervisionada pelos jurados. O ano de 2015 foi o último em que ocorreu a competição de todas as categorias, sendo elas as escolas do grupo especial, mirins, blocos infantis, blocos burlescos e bandas carnavalescas.

Primeira noite de carnaval

A etapa inicial das celebrações fora de época do carnaval contou com as apresentações das bandas e blocos burlescos. A Lobos da Cerca abriu a noite, seguida pela banda Cultural e Comunitária Explosão e encerrando com a banda Integração, Saúde e Educação. A última, levou a passarela uma grande faixa com os dizeres "nenhum direito a menos" e cartazes da deputada Marielle Franco, assassinada em 2018 - deixando a marca de que carnaval e política podem se misturar.

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(Foto: Jô Folha - DP)

O bloco da Bruxa da Várzea foi a responsável pelo começo dos festejos em grandes grupos e com carros alegóricos. A 'bruxa' era destaque no desfile: o carro alegórico do grupo esteve à frente de todos participantes, com direito a fumaças coloridas vindas de um caldeirão. A marchinha do bloco burlesco mesclou um dos hits do carnaval brasileiro com o nome do bloco. "O nome dela é Jenifer e eu conheci ela na Bruxa", cantavam os foliões.

O Bafo da Onça foi o segundo a entrar na passarela. O grupo enfrentou alguns problemas técnicos envolvendo o carro de som, logo na entrada, e o relógio precisou ser zerado para que o desfile pudesse ser recomeçado. O presidente da Assecap, Roberto Nunes, explicou que, por não se tratar de um erro da entidade, e sim da aparelhagem, o bloco não foi penalizado pelos jurados. O Bafo surpreendeu com o número de participantes, a maioria com origem do bairro Simões Lopes, onde o bloco foi criado.

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(Foto: Jô Folha - DP)

Na sequência, os problemas técnicos persistiram e causaram atraso na saída do bloco Tesouras da Tiradentes. Um dos jurados passou por complicações e precisou ser substituído. Para os três dias de carnaval, 18 profissionais foram escalados, porém, na primeira noite somente 10 eram precisos. Por conta da demora na troca de avaliadores, o grupo entrou na passarela com mais de uma hora de atraso. Por fim, figuras como Edward Mãos de Tesoura foram representadas pelos participantes.

O último bloco também saiu prejudicado com os atrasos, mais de uma hora de espera pelo desfile de encerramento fez com que diversos foliões deixassem a Cidade do Samba sem presenciar todas as fantasias e marchinhas ensaiadas. Apesar da demora, o Candinhas da Cerquinha reuniu participantes de diversas idades e encerrou o primeiro dia de carnaval com animação.

Cuidado com os foliões

Cerca de 200 agentes foram escalados para compor as ações voltadas à segurança durante os três dias de festejo, garante o secretário de Segurança Pública (SSP), tenente Aldo Bruno. As unidades que participam são a Brigada Militar, Guarda Municipal e Agentes de Trânsito. Fora os seguranças da empresa privada organizadora, responsáveis pelo gerenciamento das entradas e dos espaços da passarela.

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(Foto: Jô Folha - DP)

Sobre o possível receio de alguns foliões quanto a segurança, o secretário é enfático: "queremos quebrar o dito de que 'se eu for pra lá (passarela do samba) vou me incomodar'". A SSP iniciou a articulação das ações com um mês de antecedência, tendo como intuito delinear as atividades e as funções de cada órgão. A expectativa é que não sejam registradas ocorrências durante o evento, assim como no último ano.

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